O
ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta
quarta-feira (11) pedido do governo para anular o processo de
impeachment da presidente Dilma Rousseff. Com a decisão, o Senado poderá
manter a votação que poderá decidir pelo afastamento de Dilma do
mandato, caso os senadores aprovem a instauração do processo.
Zavascki
foi sorteado relator do caso na noite desta terça, horas após a
Advocacia Geral da União (AGU) protocolar a ação. Segundo a assessoria
da Corte, ele passaria a noite analisando o pedido do governo.
O
mandado de segurança aponta que o então presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), aceitou o pedido de impeachment, em dezembro, em
retaliação a Dilma, após a bancada do PT na Câmara decidir votar a favor
da abertura do processo de cassação do deputado no Conselho de Ética.
“Tal
imoral proceder consistia em equilibrar-se entre governo e oposição a
fim de barganhar apoio para o não recebimento da representação oferecida
perante o Conselho de Ética. Ao primeiro, oferecia o arquivamento das
denúncias contra a Presidenta da República; à segunda, oferecia o
contrário, o acolhimento de alguma delas”, afirma a peça.
A AGU
diz que as “ameaças e chantagens” de Cunha não foram em vão junto ao
governo. “No mesmo dia em que os deputados do PT integrantes do Conselho
de Ética declararam voto pela abertura do processo administrativo
contra o Presidente da Câmara, poucas horas depois, ele recebeu a
denúncia por crime de responsabilidade contra a Presidenta da República.
Era o fim do ‘leilão’”, diz outro trecho.
As supostas chantagens
de Cunha, continua a peça, não se limitaram ao acolhimento da denúncia
contra Dilma. Durante o processo na Câmara, diz a AGU, o deputado também
teria orientado os autores do pedido a aditarem o documento para
atender requisitos legais. O pedido também aponta que Cunha convocou
sessões às segundas e sextas-feiras para acelerar o trâmite e autorizou
líderes a orientarem a votação das bancadas.
G1
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