O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF),
foi definido neste domingo (17/04) o relator de um pedido protocolado
nesse sábado pelo deputado do PT Reginaldo Lopes (MG) que pode, entre
outras coisas, suspender a votação do impeachment da presidente Dilma
Rousseff marcada para acontecer na tarde deste domingo.
O mandado de segurança protocolado ontem na Corte pretende que o
Supremo exija a juntada imediata da denúncia contra o vice-presidente da
República, Michel Temer, ao processo de impedimento de Dilma. Na peça, o
petista pede a suspensão da votação de hoje e o retorno do processo à
fase da Comissão Especial. Apesar de o STF ter dado sinais de que não
pretende interferir no processo de impeachment da presidente Dilma, o
deputado Reginaldo Lopes se diz confiante em uma decisão que pode
suspender ou anular a sessão deste domingo.
O parlamentar disse ter realizado a peça por decisão própria, sem
articulação com a defesa da presidente Dilma Rousseff. Marco Aurélio foi
o ministro que determinou, há dez dias, que o presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), instaure um processo de impeachment contra
Temer. O ministro é conhecido por tomar decisões polêmicas e divergir da
maioria do plenário.
A denúncia contra Temer foi apresentada à Câmara pelo advogado Mariel
Marra. O argumento do pedido apresentado contra o peemedebista é de que
o vice-presidente cometeu crime de responsabilidade ao assinar no ano
passado quatro decretos que autorizavam a abertura de crédito
suplementar sem aval do Congresso.
O caso foi revelado em dezembro e é um dos crimes apontados na
denúncia em discussão contra Dilma. O deputado Reginaldo Lopes argumenta
que, após a decisão de Marco Aurélio de determinar o desarquivamento do
pedido de impeachment contra Temer, fica claro que os dois casos
precisam ser analisados juntos. “O governo da Nação pode sair das mãos
de quem foi democraticamente eleito pelo povo, indo para as mãos de uma
pessoa que está sendo acusada de ter cometido exatamente os mesmos
crimes”, sustenta o parlamentar.
Ainda segundo ele, deve ser anulada a sessão da Comissão Especial que
aprovou o relatório do deputado Jovair Arantes a favor do impedimento
da petista para que se volte à fase inicial de trabalho do grupo, com
prazo para defesa do vice-presidente Michel Temer.Aos finais de semana,
as decisões com pedido liminar são decididas de forma monocrática pelo
ministro relator, podendo, posteriormente, passar pela apreciação do
plenário.
Estadão
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