© Foto: Fellipe Sampaio/STF
Ex-presidente do Supremo manifesta sua indignação com os votos dos
deputados que usaram a própria família, e outras desculpas como
justificativa.
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e hoje
advogado Joaquim Barbosa utilizou nesta segunda-feira, 18, seu perfil no
Twitter para desabafar sobre seu descontentamento com o teor dos votos
dos deputados no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no
último domingo. O ex-ministro não se manifestou a favor nem contra o
impeachment da petista.
"É de chorar de vergonha! Simplesmente
patético!", afirmou o ex-ministro que ficou famoso pela sua atuação dura
no processo do mensalão, que levou à prisão os principais nomes da
cúpula do PT. O comentário de Barbosa foi feito logo após criticar a
imprensa brasileira e recomendar aos seus seguidores assistirem a
entrevista de Glenn Greenwald à emissora de TV americana CNN e também
lerem a matéria da revista britânica The Economist listando as justificativas dos deputados em seus votos pelo impeachment.
Nos
votos, a maioria dos parlamentares favoráveis ao afastamento da petista
não fizeram nenhum comentário ou posicionamento sobre as pedaladas
fiscais - manobras contábeis que embasam o pedido de impeachment - e
utilizaram como justificativa seus próprios familiares, "deus",
"cristianismo", o fim da corrupção, dentre outros motivos que
surpreenderam até jornais internacionais.
"Anotem: teremos outras
razões para sentir vergonha de nós mesmos em toda essa história", seguiu
Barbosa, que em nenhum momento se manifestou se era favorável ou contra
o afastamento da presidente. No último domingo, 17, a Câmara dos
Deputados aprovou, com 367 votos favoráveis, mais do que os 342
necessários, a continuidade do processo de impedimento de Dilma
Rousseff, que agora está sob análise no Senado. Se for aceito também no
Senado, a presidente será afastada por 180 dias para ser julgada pelo
Congresso e, neste período, o vice-presidente Michel Temer assume a
Presidência.
Se ao final do processo o Congresso decidir pelo
afastamento da petista, o vice segue como presidente até o final do
mandato, em 2018.
Estadão
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