Em
estratégia para conseguir apoio internacional contra o impeachment, a
presidente Dilma Rousseff pretende fazer um discurso duro em cerimônia
de assinatura do Pacto de Paris, na ONU (Organização das Nações Unidas),
para denunciar uma “tentativa de golpe no país”.
A petista, que
até a manhã de terça-feira (19) não considerava viajar a Nova York para a
cerimônia, mudou de ideia à noite, em reunião com assessores e
auxiliares no Palácio do Planalto.
No encontro, ela ressaltou que
ainda não havia uma decisão definitiva sobre a viagem, mas na manhã
desta quarta (20) bateu o martelo.
A petista viajará aos Estados
Unidos na quinta (21) para participar do evento na sexta (22). O
discurso já começou a ser esboçado por ela, que terá cerca de cinco
minutos para se pronunciar na cerimônia.
Segundo a Folha apurou,
Dilma citará a importância do acordo, as conquistas de seu governo nos
últimos anos e fará crítica dura ao impeachment.
Desde a semana
passada, ministros e assessores têm insistido na viagem da petista,
argumentando a necessidade dela fazer uma espécie de “apelo
internacional” contra o impeachment e de ressaltar a participação
atuante do Brasil no acordo para redução da emissão de gás carbônico.
Rompida
com o vice-presidente Michel Temer, no entanto, ela demonstrava
resistências em deixar o peemedebista à frente do cargo durante o
período, sobretudo depois de tê-lo chamado de “traidor” e “conspirador”.
Para
encurtar o eventual período em que Temer ficaria na cadeira
presidencial, Dilma decidiu apenas participar da assinatura do Pacto de
Paris, abrindo mão nesta semana de marcar presença em evento também nos
Estados Unidos de combate às drogas promovido pela ONU.
ALOYSIO NUNES
O
senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), presidente da Comissão de Relações
Exteriores do Senado, chegou a Washington na segunda (18) para uma série
de encontros com autoridades americanas, entre elas Thomas Shannon,
subsecretário de Assuntos Políticos do Departamento de Estado e
ex-embaixador dos EUA no Brasil.
Enviado por Temer, o senador tem
como missão fazer uma “contraofensiva” de relações públicas no exterior.
O objetivo é refutar a narrativa do governo e de opositores do
impeachment de que o processo equivale a um golpe.
Na última
semana, Temer ligou para Aloysio e manifestou indignação com asrecentes
declarações de Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados
Americanos (OEA), e Ernesto Samper, Secretário Geral da União de Nações
Sul-Americanas (Unasul).
Folha
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