segunda-feira, 18 de abril de 2016

FORMA DE AGRADECIMENTO: Deputados já falam em ‘anistiar’ Cunha

Eduardo Cunha, presidente da Câmara
Eduardo Cunha, presidente da Câmara

Um movimento de deputados contentes com a aprovação da continuidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff estuda fazer uma espécie de anistia em agradecimento ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que permitiu o início do andamento da denúncia por crime de responsabilidade.
De acordo com o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), “essa grande maioria” dos votos à cassação da petista seria favorável a ignorar as denúncias de corrupção, lavagem de dinheiro e falsa declaração aos colegas de Congresso. Ele diz que há um entendimento de que Cunha foi fundamental para o avanço do processo.

O presidente da Câmara responde a inquéritos no Supremo Tribunal Federal e já é réu sob acusação de receber US$ 5 milhões de propina de lobista de estaleiro que obteve um contrato de US$ 1,2 bilhão com a Petrobras. Alvo de um processo no Conselho de Ética, Cunha pode ter o mandato cassado pelo plenário, situação em que perderia o foro privilegiado e estaria sob risco de ser preso pelo juiz da Lava-Jato no Paraná, Sérgio Moro, assim como já aconteceu com três ex-parlamentares.
Serraglio disse que a hipótese é discutida nos corredores da Câmara. Não seria uma anistia formal, mas apenas uma espécie de “esquecimento do caso”. “Acho que daqui a um mês, dois meses, ninguém vai querer saber de mais nada”, avaliou.

Adversário de Cunha, o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) disse que soube da mesma informação por meio de mensagens de celular que acabaram vazando na internet. Para Alessandro Molon (Rede-RJ), o peemedebista seria “premiado” com a blindagem por conseguir aprovar a cassação de Dilma. Integrante da tropa de choque do peemedebista, Paulinho da Força (PDT-SP) diz que, sem a ação do presidente da Câmara, “não teria o impeachment”. Para ele, muitos deputados passarão a ver “com maior simpatia” a ideia de não punir Cunha. Ele ainda não tem uma conta de quantos colegas apoiariam essa atitude. “Não dá para fazer essa conta ainda”, afirmou.

Estado de Minas

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