O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu-192) da Prefeitura
Municipal de João Pessoa (PMJP) registrou, de janeiro até o dia 21 de
março, 104.694 ligações através da Central de regulação do SAMU (192)
Regional de João Pessoa. Destas, 35% correspondem a trotes e 10% são
referente a ocorrências verdadeiras, o que corresponde a uma média de
1.293 ocorrências por dia em toda a macrorregião.
Os demais 55% são assim classificados: equipe em ocorrência (11,4%),
ligações duplicadas (4,3%), ligações interrompidas (2,5%), orientações
(1,5%), engano (1,5%) e não informados (33,8%). Das ocorrências
clínicas, a neurológica atingiu maior registro com 1209 casos (11,6%).
Já nas ocorrências de Trauma, os acidentes de trânsito lideram com 5.242
registros (17,7%).
O Samu atualmente regula ocorrências de 60 municípios paraibanos onde
João Pessoa é responsável por cerca de 57% das ocorrências. Para
atender à grande João Pessoa, composta por Cabedelo, Santa Rita, Bayeux e
Conde, o serviço conta com 4 Unidades de Suporte Avançado (USA), que
são destinadas a atendimentos com risco de morte iminente (ferimentos
por arma de fogo, acidentes trânsito causados por maiores colisões e
outros) e 7 unidades básicas destinadas apenas para a população da
capital, para atendimentos de médio porte, ou seja, sem risco eminente
de morte.
De acordo com a médica e coordenadora geral do Samu, Érika Rivenna
Andrade, realizar trote é coisa muito séria e pode causar mortes. “Em
casos de maior urgência, como um ataque cardíaco ou acidente de trânsito
grave, segundos podem fazer toda a diferença para salvar a vida do
paciente e, quando destinamos uma unidade para realizar um atendimento
que é trote, estamos ocupando um serviço que pode deixar de estar
atendendo outra pessoa em risco de morte.”, alerta.
A coordenadora do Samu ainda afirma que a maior parte dos trotes é
realizada por crianças e adolescentes e para combater a prática pede a
ajuda dos pais na conscientização dos filhos, “É muito importante que os
pais ou responsáveis estejam atentos aos seus filhos. Conversar e
conscientizá-los quanto ao perigo e seriedade da prática de trotes é
essencial”, enfatiza.
Na maioria das vezes, o trote é reconhecido ainda no processo de
atendimento por telefone, casos em que as ambulâncias não são liberadas
pela Central de Regulação. Quando o usuário é convincente, o trote só é
descoberto quando o veículo chega ao local indicado na ligação. Nesses
casos, as ambulâncias acabam sendo ocupadas por cerca de 40 minutos,
tempo em que poderiam estar atendendo solicitações reais.
Cadastro com número de trotes – Com o objetivo de
identificar e se prevenir contra os trotes, o Samu elaborou um cadastro
com os números que já foram identificados como realizadores de trotes.
As ligações para o serviço são cadastradas e se a equipe, ao chegar ao
local do atendimento solicitado, identificar tratar-se de um trote, o
número registrado entra para essa lista.
Supervalorização de diagnóstico – Outra preocupação
do Samu são as ocorrências de supervalorização do quadro clínico dos
pacientes. Segundo, Érika Rivenna, muitas pessoas estão aumentando a
gravidade das ocorrências para que sejam atendidas pelo Samu, já que o
serviço só pode atender ocorrências de urgência e emergência com risco
de morte.
24 horas – O Samu 192 é um serviço de saúde que
trabalha 24 horas por dia, atendendo a população no socorro e
encaminhamento às unidades hospitalares de João Pessoa. O serviço tem
convênio com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e participa do resgate
da PRF, com um técnico em enfermagem. Esse profissional trabalha em
parceria com um patrulheiro rodoviário.
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