Pelo telefone, a dona de casa Maria das Dores Cordeiro, de 80 anos,
resume seu sentimento sobre a decisão nas mãos da filha, a juíza Maria
Priscilla Ernandes Veiga Oliveira, de 42, que analisará o pedido de
prisão do ex-presidente:
— Nossa, é muita responsabilidade para minha filha, hein? — diz a
mulher, que vive com a filha e o marido numa casa de condomínio na
Granja Viana, na Zona Oeste de São Paulo.
— Qual é o palpite da senhora, ela prende ou não o ex-presidente?
— Meu filho, ligue mais tarde e pergunte pra ela — disse ela ao repórter do GLOBO, tirando, depois, o telefone do gancho.
Formada em Direito na Universidade de São Paulo (USP), Maria
Priscilla atuou na Justiça de Embu das Artes, na Região Metropolitana,
antes de chegar à 4ª Vara Criminal do Fórum da Barra Funda, onde tramita
a ação contra Lula. Não há prazo para que ela decida sobre a prisão.
Antes de receber o processo que a põe no centro das atenções do país,
ela atuou em processos sem grande repercussão. Passou pela Justiça
Eleitoral em Embu das Artes. Em Ribeirão Preto, proibiu a empresa
municipal de transporte de multar motoristas, em 2012.
Em seu perfil no Facebook, há registro de viagens com amigos para a
Califórnia, nos Estados Unidos. Comenta as fotos, brincando se tratar de
prova de que estavam ali para também passear, e não só “comprar”.
Curtiu sites em defesa de animais, de aficionados por esmaltes, de lojas
de cosméticos e também de marcas consagradas, como Chanel, Dior e Mac.
É apaixonada por gatos. Tem vários pela casa, e pelo menos um deles
tatuado no corpo. O marido Eduardo Veiga Oliveira, de 44 anos, com quem
está casada há 16, já foi dono de casa lotérica na capital paulista.
Decisão de 2008 com sua assinatura, sobre a prisão do porteiro Robson
Nunes, de 28 anos, causou polêmica. Condenado a três anos de prisão por
tentativa de assalto, ele reclamou não ter sido reconhecido pela vítima
em Juízo. Na ocasião, a juíza argumentou que a vítima não o reconheceu
porque teve medo.
G1
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