As mulheres negras brasileiras ainda não conseguiram alcançar nem 40%
do rendimento total recebido por homens brancos, segundo estudo do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta
sexta-feira.
Este é mais um exemplo de como o mercado de trabalho brasileiro segue
marcado por importantes desigualdades de gênero e de raça, apesar de,
em 2014, as mulheres terem ultrapassado pela primeira vez o patamar de
70% da renda masculina – dez anos antes, a proporção era de 63%.
O Ipea explica que essas desigualdades refletem-se nas diferentes
possibilidades de inserção desses profissionais no mercado de trabalho.
“Temos um contingente de milhões de mulheres em idade ativa fora do
mercado de trabalho, mulheres negras concentradas em trabalhos
desvalorizados e precarizados, como o emprego doméstico.
Temos mulheres altamente escolarizadas com mais dificuldade de
conseguir um emprego. Mulheres empregadas com uma grande sobrecarga de
trabalho, por assumirem todas as atividades de reprodução da vida. E
mulheres e negros ganhando persistentemente menos que homens e brancos”,
mostra o estudo.
De acordo com o instituto, este cenário passou por grandes
transformações no último século, “mas enquanto persistirem no mundo do
trabalho os mecanismos discriminatórios de gênero e raça, muitos
caminhos precisarão ser trilhados em direção a uma sociedade plenamente
democrática.”
Os homens continuam ganhando mais do que as mulheres (1.831 reais
contra 1.288 reais, em 2014), as mulheres negras seguem sendo a base da
pirâmide (946 reais, em 2014) e homens brancos, o topo (2.393 reais no
mesmo ano).
Veja
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