Dono da maior bancada da Câmara com 66 deputados, o PMDB do
presidente em exercício Michel Temer corre o risco de ter seis
candidatos na disputa pela sucessão de Eduardo Cunha (RJ) no comando da
casa legislativa. À revelia do Palácio do Planalto – que tem defendido o
lançamento de uma candidatura de consenso da base aliada –, os
deputados Baleia Rossi (SP), Marcelo Castro (PI), Carlos Marun (MS),
Fábio Ramalho (MG), Sérgio Souza (PR) e Osmar Serraglio (PR) buscam
apoio nos bastidores para concorrer ao comando da Câmara no papel de
candidato oficial do PMDB.
A corrida pela presidência da Casa foi
deflagrada oficialmente na última quinta (7) com a renúncia de Cunha.
Dos seis peemedebistas com interesse em entrar na briga pelo cargo, dois
já registraram as candidaturas na semana passada: Marcelo Castro
(ex-ministro da Saúde) e Fábio Ramalho (ex-prefeito do município mineiro
de Malacacheta).
As negociações em torno do comando da Câmara,
contudo, se intensificaram neste final de semana. Em Brasília, líderes
partidários, potenciais candidatos e emissários de Temer passaram os
últimos dias em conversas na tentativa de definir os nomes que tentarão a
sorte na eleição interna da Casa.
Os outros quatro deputados
do PMDB que cogitam ingressar na disputa tentam, antes de se lançar
oficialmente, buscar apoio para suas candidaturas. Eles têm procurado
colegas da bancada peemedebista e deputados de outros partidos para
tentar costurar alianças.
Os parlamentares do PMDB terão até o dia
da eleição para registrar suas candidaturas. Uma queda de braço entre o
presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), e líderes do
“Centrão” deixou indefinida a data da votação, que pode ocorrer entre
terça (12) e quinta-feira (14).
Filho do ex-ministro da
Agricultura Wagner Rossi e atual líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi
tem repetido, por meio de sua assessoria, que descartou a possibilidade
de entrar na corrida eleitoral. Ele, entretanto, tem feito corpo a corpo
com integrantes de sua bancada para tentar se cacifar como candidato
oficial do partido. Na abordagem a parlamentares peemedebistas, Rossi
tem apresentado propostas e pedido apoio para uma eventual candidatura.
“É o nosso líder na Câmara, um deputado agregador, seria um bom nome”, disse um deputado do PMDB ouvido pelo
G1.
Outro
possível candidato peemedebista é o deputado Carlos Marun, que ficou
nacionalmente conhecido nos últimos meses com um dos mais fiéis aliados
de Eduardo Cunha. Apesar de ainda não ter formalizado a candidatura, o
deputado do Mato Grosso do Sul já externou a intenção de participar da
eleição a vários colegas do partido, incluindo o próprio Cunha.
Suplente
do Conselho de Ética da Câmara, Marun protagonizou diversas discussões
acaloradas no colegiado com adversários de Cunha para defender o
ex-presidente da Casa, alvo de um processo de cassação por ter mentido à
CPI da Petrobras que mantinha contas bancárias no exterior.
Em um
grupo de Whatsapp de deputados do PMDB, ele reconheceu na semana
passada a “lealdade” do aliado da bancada do Mato Grosso do Sul com uma
mensagem de apoio às pretensões de Marun de comandar a Casa. Cunha,
entretanto, vem defendendo que o PMDB abra mão de ter candidato próprio
para apoiar um nome do “Centrão”.
“Se eu estivesse habilitado,
votaria em você, amigo”, declarou o ex-presidente da Câmara no grupo de
Whatsapp dos deputados peemedebistas, referindo-se a Carlos Marun.
Eleito
para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara com o
apoio de Cunha, o deputado Osmar Serraglio tem ensaiado nos bastidores
uma candidatura à sucessão do colega de partido. O parlamentar do Paraná
é peça-chave no processo de cassação do ex-presidente da Casa, na
medida em que a CCJ é a comissão responsável pela análise do recurso que
quer anular a votação do Conselho de Ética que recomendou a perda do
mandato.
G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário